Os deputados da bancada federal do Piauí comentaram as manifestações que ocorreram durante todo o dia de ontem (28), que tem como motivos fundamentais a tramitação das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso Nacional. Como forma de protesto às mudanças previstas nos dois textos, que são as principais bandeiras do governo Temer (PMDB), populares aderiram à greve geral e foram para ruas manifestar.
Já Assis Carvalho (PT) afirmou que as manifestações são contra as reformas, mas, principalmente, às implicações das aprovações das matérias na sociedade. "As reformas são uns desmonte ao nosso país. O protesto é para dar um recado claro de que nós não aceitamos o que estão tentando impor à nossa nação", pontuou.
Os parlamentares não acreditam que as manifestações consigam influenciar a votação da reforma previdenciária, que deve acontecer nas próximas semanas na Câmara Federal. Para o deputado Mainha, a matéria já passou pelas modificações necessárias. "Não sei se ela [reforma previdenciária] vai passar porque ela é mais complexa do que a trabalhista. Mas já houve muitas alterações. Agora, tem que saber o que querem. Querem continuar como está, sem reforma?", questionou.
Heráclito Fortes afirmou que os protestos populares não vão mudar os votos para a próxima votação. "O que está faltando são as classes interessadas no processo ir para o Congresso discutir porque quando chegam lá é atacando. Isso corta o diálogo", comentou.
O Deputado Assis Carvalho disse que a resposta da sociedade só deve vir nas urnas, nas próximas eleições. "Um parlamentar que abraça um presidente que propõe coisas absurdas, que tem quase 90% de impopularidade, abraça um absurdo. Esses vão ter que fazer um reajuste com as urnas", declarou.
Deputados dizem que protestos são por desconhecimento
Para alguns dos deputados piauienses, a população foi às ruas contra as reformas por desconhecerem o teor dos textos aprovados. Para Heráclito Fortes (PSB), o governo falhou na comunicação quantos às reformas. Segundo ele, as mudanças são para garantir "as aposentadorias dos pequenos e tentar acabar com as mordomias do grande". "O que está gerando essa revolta é o imposto sindical", ressaltou.